Observar as condições do hospital é uma das medidas necessárias para evitar infecções
(Cribs) O cantor mexicano Luis Miguel foi assunto de revistas e dos sites de fofoca em abril deste ano. Ele ficou 10 dias internado para combater uma bactéria que contraiu após fazer uma lipoaspiração. O hospital Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles (Estados Unidos), não quis divulgar o tipo de micro-organismo que causou o problema, mas o caso dele chama a atenção para um tema pouco falado sobre a cirurgia plástica: o risco de infecção hospitalar.
A assessora de comunicação Vivian Danielle Silva, 26 anos, passou por um sufoco parecido ao do cantor. Em janeiro, depois de muito pensar e pesquisar sobre médicos, decidiu pôr prótese de silicone nas mamas. Cuidadosa, seguiu todas as orientações. Mas, por volta do décimo dia do pós-operatório, ela começou a sentir os sintomas semelhantes aos de uma gripe, além de um inchaço no seio esquerdo.
Assustada, Vivian procurou imediatamente a médica, que, ao fazer um dreno da mama esquerda, percebeu a presença de pus. No hemograma constava a baixa dosagem de leucócitos, um sinal de infecção. A análise do material recolhido deu como resultado a presença da bactéria Staphylococcus aureus, um germe típico do ambiente hospitalar. “A minha médica levantou a possibilidade de retirada da prótese para o tratamento da infecção e eu quase morri de tristeza”, conta Vivian. Mas, depois de 14 dias de tratamento com um antibiótico na veia, a contaminação foi controlada e Vivian não precisou retirar a prótese. “As pessoas falam e pensam muito em erro médico. Acho que elas também devem se preocupar com o risco de uma infecção”, afirma.
O cirurgião Fausto Bermeo acredita que Vivian fez a coisa certa ao procurar imediatamente a sua médica. “O risco de infecção é baixo, mas, quando ocorre, exige uma terapia imediata, à base de antibióticos”, garante o médico. No caso de implante de silicone, Bermeo recomenda a retirada da prótese e uma nova cirurgia depois da erradicação da bactéria causadora do problema. Devido à agilidade de procurar ajuda médica, Vivian conseguiu manter o implante.
Índice baixo
O médico Ognev Cosac, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, avalia que o risco de infecção hospitalar em cirurgias plásticas de fato existe, mas o índice é baixo. As estatísticas internacionais indicam uma taxa 3%. “Ou seja: em cada 100 pessoas operadas, três podem desenvolver uma contaminação por bactéria”, detalha Ognev. A mais comum delas é a micobactéria, que afeta pacientes que fizeram lipoaspiração.
Segundo a Portaria do Ministério da Saúde nº 2616, de 1998, todos os hospitais devem ter uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, e é de responsabilidade do médico a escolha do local a ser realizada a cirurgia, que deverá seguir as normas de controle de infecção. “Além disso, no pré-operatório é feita a prevenção por meio de o uso de antibióticos para evitar os riscos do corpo contrair qualquer quadro infeccioso”, acrescenta Ognev. Segundo ele, o paciente pode conhecer antes da cirurgia o hospital onde será internado para observar como são feitos o atendimento, a higiene do lugar e o tratamento que os profissionais dão aos seus pacientes.
Antes e após a cirurgia
:: Faça todos os exames pré-operatórios. Eles medirão sua capacidade imunológica. Pessoas com diabetes, doenças autoimunes e crises de estresse têm baixa imunidade.
:: Conte ao médico possíveis casos de infecções não curadas. Às vezes, um foco infeccioso em um dente pode ser a porta de entrada para bactérias.
:: Siga todas as orientações pós-operatórias, como confecção de curativo, banhos e produtos a serem usados na área do corte.
:: Procure imediatamente o cirurgião se sentir febre ou inchaço e vermelhidão no local da cirurgia.
Fonte: cirurgiões plásticos Fausto Bermeo e Ognev Cosac, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Depois da epidemia
Em 2008, ocorreu uma epidemia de infecção provocada pela micobactéria, micro-organismo parente do bacilo da tuberculose. A micobactéria contaminou a cânula que suga a gordura na lipoaspiração e causou uma violenta infecção, que afetou dezenas de mulheres no Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. Entre 2003 e 2008, foram registrados 2.128 casos de contaminação.
Para enfrentar o surto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a esterilização líquida de artigos médico-hospitalares por meio de imersão. A proibição é válida para os artigos invasivos (em que há penetração da pele, mucosas ou tecidos) usados em cirurgias por vídeo, cirurgias abdominais e pélvicas convencionais, mamoplastias e cirurgias plásticas como a lipoaspiração.
Cada etapa de processamento do instrumental cirúrgico e dos produtos para saúde segue um procedimento operacional padrão, que deve ser amplamente divulgado e colocado à disposição para consulta dos funcionários. Cabe ainda ao responsável pelo Centro de Material e Esterilização (CME) do hospital ou clínica supervisionar todas as etapas de processamento dos artigos, mesmo que o serviço seja terceirizado.
(Cribs) O cantor mexicano Luis Miguel foi assunto de revistas e dos sites de fofoca em abril deste ano. Ele ficou 10 dias internado para combater uma bactéria que contraiu após fazer uma lipoaspiração. O hospital Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles (Estados Unidos), não quis divulgar o tipo de micro-organismo que causou o problema, mas o caso dele chama a atenção para um tema pouco falado sobre a cirurgia plástica: o risco de infecção hospitalar.
A assessora de comunicação Vivian Danielle Silva, 26 anos, passou por um sufoco parecido ao do cantor. Em janeiro, depois de muito pensar e pesquisar sobre médicos, decidiu pôr prótese de silicone nas mamas. Cuidadosa, seguiu todas as orientações. Mas, por volta do décimo dia do pós-operatório, ela começou a sentir os sintomas semelhantes aos de uma gripe, além de um inchaço no seio esquerdo.
Assustada, Vivian procurou imediatamente a médica, que, ao fazer um dreno da mama esquerda, percebeu a presença de pus. No hemograma constava a baixa dosagem de leucócitos, um sinal de infecção. A análise do material recolhido deu como resultado a presença da bactéria Staphylococcus aureus, um germe típico do ambiente hospitalar. “A minha médica levantou a possibilidade de retirada da prótese para o tratamento da infecção e eu quase morri de tristeza”, conta Vivian. Mas, depois de 14 dias de tratamento com um antibiótico na veia, a contaminação foi controlada e Vivian não precisou retirar a prótese. “As pessoas falam e pensam muito em erro médico. Acho que elas também devem se preocupar com o risco de uma infecção”, afirma.
O cirurgião Fausto Bermeo acredita que Vivian fez a coisa certa ao procurar imediatamente a sua médica. “O risco de infecção é baixo, mas, quando ocorre, exige uma terapia imediata, à base de antibióticos”, garante o médico. No caso de implante de silicone, Bermeo recomenda a retirada da prótese e uma nova cirurgia depois da erradicação da bactéria causadora do problema. Devido à agilidade de procurar ajuda médica, Vivian conseguiu manter o implante.
Índice baixo
O médico Ognev Cosac, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, avalia que o risco de infecção hospitalar em cirurgias plásticas de fato existe, mas o índice é baixo. As estatísticas internacionais indicam uma taxa 3%. “Ou seja: em cada 100 pessoas operadas, três podem desenvolver uma contaminação por bactéria”, detalha Ognev. A mais comum delas é a micobactéria, que afeta pacientes que fizeram lipoaspiração.
Segundo a Portaria do Ministério da Saúde nº 2616, de 1998, todos os hospitais devem ter uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, e é de responsabilidade do médico a escolha do local a ser realizada a cirurgia, que deverá seguir as normas de controle de infecção. “Além disso, no pré-operatório é feita a prevenção por meio de o uso de antibióticos para evitar os riscos do corpo contrair qualquer quadro infeccioso”, acrescenta Ognev. Segundo ele, o paciente pode conhecer antes da cirurgia o hospital onde será internado para observar como são feitos o atendimento, a higiene do lugar e o tratamento que os profissionais dão aos seus pacientes.
Antes e após a cirurgia
:: Faça todos os exames pré-operatórios. Eles medirão sua capacidade imunológica. Pessoas com diabetes, doenças autoimunes e crises de estresse têm baixa imunidade.
:: Conte ao médico possíveis casos de infecções não curadas. Às vezes, um foco infeccioso em um dente pode ser a porta de entrada para bactérias.
:: Siga todas as orientações pós-operatórias, como confecção de curativo, banhos e produtos a serem usados na área do corte.
:: Procure imediatamente o cirurgião se sentir febre ou inchaço e vermelhidão no local da cirurgia.
Fonte: cirurgiões plásticos Fausto Bermeo e Ognev Cosac, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Depois da epidemia
Em 2008, ocorreu uma epidemia de infecção provocada pela micobactéria, micro-organismo parente do bacilo da tuberculose. A micobactéria contaminou a cânula que suga a gordura na lipoaspiração e causou uma violenta infecção, que afetou dezenas de mulheres no Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. Entre 2003 e 2008, foram registrados 2.128 casos de contaminação.
Para enfrentar o surto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a esterilização líquida de artigos médico-hospitalares por meio de imersão. A proibição é válida para os artigos invasivos (em que há penetração da pele, mucosas ou tecidos) usados em cirurgias por vídeo, cirurgias abdominais e pélvicas convencionais, mamoplastias e cirurgias plásticas como a lipoaspiração.
Cada etapa de processamento do instrumental cirúrgico e dos produtos para saúde segue um procedimento operacional padrão, que deve ser amplamente divulgado e colocado à disposição para consulta dos funcionários. Cabe ainda ao responsável pelo Centro de Material e Esterilização (CME) do hospital ou clínica supervisionar todas as etapas de processamento dos artigos, mesmo que o serviço seja terceirizado.
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