Pular para o conteúdo principal

Segurança em Cirurgia Plástica


A segurança do paciente é uma preocupação constante dos profissionais da saúde, em especial, na hora de ministrar um medicamento ou de realizar uma operação.

Médicos de todas as especialidades, e incluem-se também dentistas e enfermeiros, devem seguir as normas de higienização, assepsia, adequação de equipamentos e de centros cirúrgicos determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Porém, o que acentua ainda mais a questão é a falta de informação entre médico e paciente, item que não há como ser fiscalizado por nenhuma entidade ou órgão público, já que a consulta, terapia, tratamento e acompanhamento são uma relação de caráter sigiloso.

Quando o assunto permeia a cirurgia plástica, a discussão se torna bastante acalorada. Isto porque, a princípio, uma intervenção desta natureza é tida por muitos como “supérflua”, haja vista, que a grande maioria tem objetivo estético. A pesquisa nacional realizada pelo Instituto Datafolha para a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e apresentada em janeiro do ano passado revelou que 73% das operações plásticas no País são estéticas, ao passo que 27% são reparadoras de deformidades causadas por doenças ou acidentes.

Justamente por isso, não é incomum a insatisfação de pacientes se transformar em ações judiciais e nos raros casos de complicações seguidas de sequela ou óbito (a cirurgia plástica apresenta um dos menores índices entre todas as especialidades médicas) ganhar espaços nos noticiários. Em todas as situações, há que se analisar cada caso para descobrir a origem do problema e apontar quem tem a razão.

Precaução

Não foi à toa que a segurança do paciente teve lugar entre os temas centrais do XI Simpósio Internacional de Cirurgia Plástica, realizado em março, em São Paulo. A partir do debate que envolveu especialistas brasileiros e estrangeiros a SBCP está redigindo um protocolo de avaliação de risco cirúrgico para que todos os profissionais associados tenham o bom senso de segui-lo – bem antes de pensar em segurar o bisturi. Inicialmente, é uma recomendação. Mas, se o documento for referendado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), passa a ser norma obrigatória em qualquer procedimento da especialidade, estético ou reparador.

Zulmar Accioli dVasconcellos, professor do curso de medicina da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e diretor tesoureiro da seccional catarinense da SBCP, acredita que o caminho natural será este, pois “há um sentimento crescente dos cirurgiões plásticos em relação à segurança do paciente”. Os itens deste protocolo é que avalizam o candidato à cirurgia e devem ser de conhecimento da população, o que diminuiria sensivelmente a ação de falsos médicos ou médicos sem a formação necessária para operar, “coisa que a legislação brasileira permite, facilitando a ocorrência de casos de deformação e até morte”, explica. A orientação é uma só: informe-se sobre o cirurgião e sobre a clínica junto à SBCP de seu estado.

Consentimento

Ainda assim, observando-se a necessidade de um maior esclarecimento da parte leiga acerca de resultados e efeitos colaterais de uma cirurgia plástica, as direções estaduais da SBCP e do Conselho Regional de Medicina (CRM) trataram de elaborar iniciativas que alertassem o público sobre os limites deste tipo de procedimento cirúrgico.


Em Santa Catarina, por exemplo, foi adotado o uso imprescindível de um termo de consentimento pós-informado, por meio do qual o paciente atesta que está ciente de todas as etapas da operação e de suas possíveis consequências. Segundo Accioli, que participou da organização desta carta padronizada, “formalizar a transmissão do conhecimento científico ao paciente é uma forma de protegê-lo, como também ao médico que o atende”.


Constam no texto explicações, por exemplo, sobre a inevitável existência de cicatriz, ainda que se busque torná-la o mais imperceptível possível; formação de edema, descoloração ou aumento da pigmentação da pele e equimose por período indeterminado; dor pós-operatória em grau de intensidade variável; perda ou aumento temporário de sensibilidade ou mobilidade nas áreas operadas; possível necessidade de retoque, refinamento ou cirurgia complementar; próteses que aumentam as mamas, mas não impedem a queda dos seios; tabagismo, drogas e álcool como desencadeadores de complicações; contraturas e infecções; e a primeira delas: a cirurgia plástica limita-se apenas a melhorar a forma do corpo e isso pode não coincidir com o desejo do paciente em inserir-se a qualquer custo a um padrão de beleza vigente, acarretando-lhe inclusive um contorno corporal desfavorável.

Artigo enviado por:

Marcos Reichardt Cardoso (SC 00461 JP)
Assessoria de comunicação:
(48) 9972-0991
marcosreichardtcardoso@yahoo.com.br


Comentários

Rodrigo disse…
A segurança do paciente deve ser o mais importante numa cirurgia plástica. Os exames pré-operatórios, assim como, a necessidade de avaliação pré-operatória pelo anestesista ou outro especialista é fundamental. Além disso, a cirurgia deve ser realizada em local apropriado e por profissionais qualificados.A adição de um check-list antes do procedimento também é muito útil.

Postagens mais visitadas deste blog

Aumenta o número de cirurgia plástica mal-sucedida

O objetivo do Blog Cirurgia Plástica é prover o máximo de informação possível para as pessoas que pretendem fazer cirurgias estáticas, quanto maior for o número de informação de qualidade disponível, menor será o número de cirurgias mau sucedidas, e não veremos muitas notícias como esta. -- A Tribuna Online - Financiamentos a perder de vista popularizam as cirurgias plásticas, e de olho nesse mercado que não pára de crescer, muitos médicos sem a devida especialização arriscam a saúde e a vida de pacientes. O que parecia barato pode virar um transtorno difícil de consertar... Aos 30 anos, a empresária Kelly Tortelli tinha o sonho de reduzir os seios. Hoje, chora porque um cirurgião plástico destruiu o sonho dela: “Eu entrei perfeita e saí mutilada”, resume. Depois da operação, ela esperou que o médico corrigisse o erro durante oito meses, mas o seio direito não se recuperou até hoje. “Quando ele tirou a gaze, eu já via que uma auréola tinha uma cor diferente da outra. Uma tinha a cor es

Rinoplastias mau sucedidas - Entrevista com Bruna Felisberto

A miss Rio Grande do Sul Bruna Felisberto conta, em entrevista ao Domingo Espetacular da Rede Record, a dificuladade que tem para respirar e a depressão que está sofrendo após duas cirurgias de rinoplastia mau sucedidas feitas pelo Cirurgião Plástico Nelson Heller . A repostagem mostra também o caso da paciente Renata Bardi, que teve que passar por cinco cirurgias reparadoras depois de uma rinoplastia mau feita. --------- Não sabe quanto custa uma Cirurgia Plástica? Clique aqui e compare preços no Shopping UOL ---------

Mulher morre após cirurgia de lipoaspiração em São Paulo

(Band) - Uma mulher de 40 anos morreu após passar por uma cirurgia plástica no Hospital na zona oeste São Paulo. Ela passou por uma lipoaspiração no abdome, nas costas e por uma cirurgia de implante de silicone nos seios. Após rebceber alta, a funcionária do SBT Maria Nilda Oliveira Silva, começou a sentir dores de cabeça, tontura e vômito e acabou morrendo na UTI do hospital. Segundo nota divulgada pelo hospital, o médico responsável pelo procedimento, Eberson Coimbra Pires Moreira, atende em uma clínica na Bela Vista, região nobre da cidade, e havia sido contratado por Maria. Ele acompanhou a paciente na UTI após ela passar mal. O corpo foi enterrado em um cemitério em Carapicuíba, na Grande São Paulo, na tarde do último domingo, dia 20. A família suspeita de negligência. Clique aqui e leia mais sobre a Lipoaspiração.