O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, José Tariki, esteve em Florianópolis para participar da 25ª Jornada Sul-brasileira de Cirurgia Plástica, evento que reuniu 300 profissionais. Durante sua estada na Capital, ele deu uma entrevista ao jornal Diário Catarinense sobre a cultura de valorização da estética, sobre as empresas que financiam as cirurgias e, também, sobre os cuidados que uma pessoa deve tomar antes de escolher seu médico. Veja algumas perguntas que foram respondidas pelo Cirurgião.
Em Santa Catarina, 122 médicos são filiados à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. No Brasil, são 4,6 mil. Esse é o número total de médicos que realizam cirurgia plástica no país?
José Tariki – Fora da Sociedade, nós não temos controle do número de médicos que realizam as cirurgias. Isso porque houve uma intrusão tão grande de outras especialidades que não temos como ter esse número.
Como a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica vê o fato de a lei brasileira não exigir o título de especialista para um médico exercer uma especialidade?
Tariki – Estamos trabalhando no Senado para que se faça uma revisão nessa lei, porque para algumas especialidades há a necessidade de formação para exercê-la. Aparentemente, a cirurgia plástica parece uma especialidade banal, mas não é. Das especialidades médicas, a cirurgia plástica, a cirurgia cardíaca e a neurocirurgia são especialidades de formação de cinco anos. Estamos trabalhando para que seja feita essa revisão.
A Sociedade tem uma posição contrária em relação ao pagamento parcelado de cirurgias plásticas. Por quê?
Tariki – Não é a Sociedade. Existe um Código de Ética Médica. A pessoa recebe o título de médico e tem que se registrar no Conselho Regional de Medicina. A partir do momento que ele começa a exercer a medicina, quem fiscaliza a atividade do médico são os conselhos regionais de medicina. Se ele cometer algumas infrações médicas, ele pode chegar à pena até de cassação do exercício médico, independente de ele ter tido o título de médico, ele não pode continuar exercendo.
Quais as atitudes que a Sociedade tomou contra isso?
Tariki – A Sociedade tem feito o seguinte: todos os membros que têm vínculo com essas empresas que a gente tem notícia, a gente envia notificação para esse médico dizendo que ele está trabalhando de maneira ilegal, ferindo os princípios do Código de Ética Médica. Nós não temos capacidade de interferir nas empresas. Nós podemos interferir no trabalho do médico. Então esse médico também é denunciado para o Conselho Regional de Medicina. Agora, nenhum dos Conselhos Regionais de Medicina nem a Sociedade tem alguma forma de intervir nas firmas intermediadoras. Então, lá em São Paulo, o Ministério Público tomou uma atitude de investigar se essas financeiras estavam legalmente registradas no sistema financeiro, seguindo as regras.
Qual a real necessidade da cirurgia plástica?
Tariki – Cada pessoa tem sua imagem corporal. Tem gente que pode ter um nariz enorme e não faz nenhuma questão de operar. Se ela não manifestar vontade (de operar) porque, do ponto de vista psicológico, nada incomoda ela, não tem que fazer nada. Se essa pessoa, por algum motivo, no núcleo social dela, no núcleo familiar dela, tem alguma insatisfação e, dentro dos padrões vigentes, ela acha que tem uma mama que não dá nem para botar um biquíni, (...) ela procura um médico. O médico consciente, se achar que realmente ela tem uma alteração dentro do padrão estético que causa um problema de insatisfação psicológica, fala as vantagens e as desvantagens de se fazer uma cirurgia, quais serão os riscos, e ela faz a opção para operar. Se ela tem a expectativa real do benefício que essa cirurgia poderia trazer independente do número de cicatrizes e da localização delas, ela faz um balanço e fala “entre eu ficar dessa forma (e correr os riscos naturais) e atingir meus objetivos através da cirurgia, eu faço a cirurgia”. Então, esse critério da escolha é mais do paciente que vem ao consultório. A gente, como médico, avalia se as técnicas que existem são benéficas para a paciente ou não e demonstra quais seriam os benefícios e eventuais complicações.
E a pecha que existe sobre cirurgia plástica ser banal?
Tariki – Muita gente julga que a cirurgia plástica é banal. Não é assim. Dentro do sistema de definição da Organização Mundial de Saúde para uma pessoa saudável, ela tem que estar física, psíquica e socialmente saudável. Então se a gente identificar que uma pessoa tem uma insatisfação psicológica que não é compatível com o que ela tem no corpo, a gente vai dizer “não, não justifica tua insatisfação”. Essa nuance vai muito do médico identificar o grau de insatisfação e o grau de alteração física que ela tem e qual a proposta cirúrgica, se realmente vai resolver o problema psicológico dela. Porque tem gente que anda com a mama grande e não está nem incomodado, essa paciente é saudável. Para ela, não é um problema. Agora uma paciente que tem a mama grande e ela tem vergonha na academia, ela não vai à praia, ela restringe à família, como é que vamos resolver esse problema? O psiquiatra não vai resolver isso só, porque essa alteração física é um fato presente, é objetivo, não é discutível. Então, acaba se fazendo a cirurgia por causa disso.
Em Santa Catarina, 122 médicos são filiados à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. No Brasil, são 4,6 mil. Esse é o número total de médicos que realizam cirurgia plástica no país?
José Tariki – Fora da Sociedade, nós não temos controle do número de médicos que realizam as cirurgias. Isso porque houve uma intrusão tão grande de outras especialidades que não temos como ter esse número.
Como a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica vê o fato de a lei brasileira não exigir o título de especialista para um médico exercer uma especialidade?
Tariki – Estamos trabalhando no Senado para que se faça uma revisão nessa lei, porque para algumas especialidades há a necessidade de formação para exercê-la. Aparentemente, a cirurgia plástica parece uma especialidade banal, mas não é. Das especialidades médicas, a cirurgia plástica, a cirurgia cardíaca e a neurocirurgia são especialidades de formação de cinco anos. Estamos trabalhando para que seja feita essa revisão.
A Sociedade tem uma posição contrária em relação ao pagamento parcelado de cirurgias plásticas. Por quê?
Tariki – Não é a Sociedade. Existe um Código de Ética Médica. A pessoa recebe o título de médico e tem que se registrar no Conselho Regional de Medicina. A partir do momento que ele começa a exercer a medicina, quem fiscaliza a atividade do médico são os conselhos regionais de medicina. Se ele cometer algumas infrações médicas, ele pode chegar à pena até de cassação do exercício médico, independente de ele ter tido o título de médico, ele não pode continuar exercendo.
Quais as atitudes que a Sociedade tomou contra isso?
Tariki – A Sociedade tem feito o seguinte: todos os membros que têm vínculo com essas empresas que a gente tem notícia, a gente envia notificação para esse médico dizendo que ele está trabalhando de maneira ilegal, ferindo os princípios do Código de Ética Médica. Nós não temos capacidade de interferir nas empresas. Nós podemos interferir no trabalho do médico. Então esse médico também é denunciado para o Conselho Regional de Medicina. Agora, nenhum dos Conselhos Regionais de Medicina nem a Sociedade tem alguma forma de intervir nas firmas intermediadoras. Então, lá em São Paulo, o Ministério Público tomou uma atitude de investigar se essas financeiras estavam legalmente registradas no sistema financeiro, seguindo as regras.
Qual a real necessidade da cirurgia plástica?
Tariki – Cada pessoa tem sua imagem corporal. Tem gente que pode ter um nariz enorme e não faz nenhuma questão de operar. Se ela não manifestar vontade (de operar) porque, do ponto de vista psicológico, nada incomoda ela, não tem que fazer nada. Se essa pessoa, por algum motivo, no núcleo social dela, no núcleo familiar dela, tem alguma insatisfação e, dentro dos padrões vigentes, ela acha que tem uma mama que não dá nem para botar um biquíni, (...) ela procura um médico. O médico consciente, se achar que realmente ela tem uma alteração dentro do padrão estético que causa um problema de insatisfação psicológica, fala as vantagens e as desvantagens de se fazer uma cirurgia, quais serão os riscos, e ela faz a opção para operar. Se ela tem a expectativa real do benefício que essa cirurgia poderia trazer independente do número de cicatrizes e da localização delas, ela faz um balanço e fala “entre eu ficar dessa forma (e correr os riscos naturais) e atingir meus objetivos através da cirurgia, eu faço a cirurgia”. Então, esse critério da escolha é mais do paciente que vem ao consultório. A gente, como médico, avalia se as técnicas que existem são benéficas para a paciente ou não e demonstra quais seriam os benefícios e eventuais complicações.
E a pecha que existe sobre cirurgia plástica ser banal?
Tariki – Muita gente julga que a cirurgia plástica é banal. Não é assim. Dentro do sistema de definição da Organização Mundial de Saúde para uma pessoa saudável, ela tem que estar física, psíquica e socialmente saudável. Então se a gente identificar que uma pessoa tem uma insatisfação psicológica que não é compatível com o que ela tem no corpo, a gente vai dizer “não, não justifica tua insatisfação”. Essa nuance vai muito do médico identificar o grau de insatisfação e o grau de alteração física que ela tem e qual a proposta cirúrgica, se realmente vai resolver o problema psicológico dela. Porque tem gente que anda com a mama grande e não está nem incomodado, essa paciente é saudável. Para ela, não é um problema. Agora uma paciente que tem a mama grande e ela tem vergonha na academia, ela não vai à praia, ela restringe à família, como é que vamos resolver esse problema? O psiquiatra não vai resolver isso só, porque essa alteração física é um fato presente, é objetivo, não é discutível. Então, acaba se fazendo a cirurgia por causa disso.
Para ver a entrevista completa clique aqui.
---------
Não sabe quanto custa uma Cirurgia Plástica? Clique aqui e compare preços no Shopping UOL
---------
Comentários